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2003/11/28

Música: Os Doors sem Morrison? 

Mas que história é esta? Será possível que o Ray Manzarek e o Robby Krieger tenham a coragem de se chamar Doors mesmo sem John Densmore e, sobretudo, sem Jim Morrison??? Parece que têm mesmo essa suprema lata e que até passam por Lisboa dentro de uma semana. Não os vou ver, tenho mais que fazer! O concerto dos Gotan Project na Aula Magna parece-me muito mais atraente...

Para mim, os Doors acabaram de forma irreversível a 3 de Julho de 1971 quando James Douglas Morrison morreu em Paris. Ficaram os discos, os livros e a memória de um poeta cantor que liderou uma banda cuja influência ainda hoje perdura. Em vez de ver os duvidosos "Doors do Século XXI" acho que vou ver o filme do Oliver Stone e ouvir os meus discos de vinil. Os Doors sem Morrison... Que ideia!

2003/11/27

Livros: Em tons negros de carvão 

Há imenso tempo que quero deixar aqui uma pista para um romance negro. Ou melhor, para três novelas de traços firmes e escuros que se lêem de um trago e se saboreiam sem pressas.

As mil faces de Luís Sepúlveda permitem-lhe desdobrar-se num universo pessoal que corre pelos caminhos do romance clássico, do livro de viagens, da narrativa infantil e da novela policial. É este último caminho que se trilha quando lemos o Diário de um Killer Sentimental, um pequeno volume que reúne três histórias fascinantes que foram originalmente publicada como folhetins em jornais espanhois.

Na novela principal ficamos a conhecer o fim da carreira de um assassino profissional que vê um desgosto de amor colocar-se no caminho do seu profissionalismo exemplar. Em Jacaré mergulhamos à distância nas águas da Amazónia através da investigação de uma morte suspeita que revela mais do que se suporia possível. Por fim, Hot Line é um relato desconcertantemente divertido de um Chile pós-ditadura mas onde ainda se sente a força dos militares... Recomendo.

2003/11/17

Música: Saudosismos... 

Revisitei Rui Veloso, o Acústico. Sem desilusões, sem agressões a temas por nós arquivados nas nossas melhores memórias. Gostei. Eu devorei Rui Veloso durante alguns anos, por isso sou suspeito, mas encontrei neste disco a magia das noites de quando tinha 16 ou 17 anos. Lembrava-me de todas as letras (apercebi-me disso) e o tempo fez evoluir as musicas mais leves de Rui Veloso para veludo puro.

Chamavamos-lhe "Gato Esteves" no tempo das guitarradas e das fogueiras noite fora. Ainda hoje, com um grupo restrito de amigos vamos cantando alguns dos temas deste senhor de quem saiu mais uma coletânea (ao que não deve ser estranho o período do Natal). Falo de Cat Stevens e as suas canções continuam boas, bem trabalhadas e em tardes e noites de inverno como vamos tendo sabem muito bem.

2003/11/09

Livros: Não se resiste a esta viagem 

Apetece seguir o rasto que Bruce Chatwin deixou há quase 30 anos e partir rumo à Patagónia, como ele fez em 1974. Com uma mochila cheia de sonhos e cadernos de apontamentos (Moleskine, claro), um coração aberto para a viagem e um sorriso de antecipação pelas descobertas do percurso. A Patagónia é um dos últimos destinos que me soa a distância, neste mundo cada vez mais pequeno e acessível.

O mais curioso é que para vivermos essa viagem nos basta abrir um livro e deixarmo-nos guiar pela mão. Ao escrever Na Patagónia, Chatwin deixou a porta aberta para o seguirmos de casa em casa, de história em história, enquanto ele procura o rasto do brontossauro, embora ele próprio saiba que esse é só um pretexto e que a viagem se justifica a si própria. E é nessa viagem que me apetece embarcar agora. Numa das páginas, há um jovem pianista que toca a última Mazurca de Chopin, ditada já no seu leito de morte. O som do piano chega até mim, fecho os olhos e vou até lá.

2003/11/03

Livros: Há vida do outro lado do ecrã? 

A propósito das discussões no encontro informal de blogs da semana passada, lembrei-me de um livro com o qual me cruzei já há alguns anos. Trata-se de A Vida no Ecrã de Sherry Turkle, uma investigadora com formação em sociologia e psicologia que se dedicou a estudar a forma como a Internet, enquanto nova tecnologia de comunicação, pode alterar o nosso conceito de identidade, podendo ser usada para percorrer novos caminhos de pensamento, evolução, relacionamento, política e sexo.

É verdade, o livro é de 1995 e por isso não fala sobre este fenómeno curioso que estamos a viver com os blogs, mas as análises que faz sobre o IRC e os MUDs ("Multi User Dimensions") podem provocar reflexões sobre esta nossa experiência actual. Que faceta de nós próprios escolhemos publicar? Uma faceta real (como parece ser o caso da Sofia)? Ou uma identidade exagerada, construída ou simplesmente falsa (como parece ser o caso do famoso Pipi)? E, em qualquer dos casos, o que é que isso nos diz sobre nós próprios e sobre a importância que damos à imagem que os outros nos devolvem de nós?

Foi fascinante associar caras e vozes aos endereços e nomes de alguns autores de blogs. Lerei de forma diferente o que a Catarina (não, não é a mesma que escreve no 5 Minutos) escrever agora no 100nada? Visitarei com mais frequência o Socioblogue do João Nogueira? Passarei a visitar os blogs que não conhecia? Não faço ideia... Mas o que sei é que foi uma experiência única e que me faz pensar. Afinal, o que é que nos reúne na blogosfera?

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