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2005/07/08

Filmes: O episódio que faltava... 

Há filmes que nos marcam porque nos tocam e nos deixam a pensar, cheios de boas emoções, como a Terra do Nunca. Outros inquietam-nos, fazem-nos pensar e continuam a viver dentro de nós em pesadelos inesperados... Não é sobre nada disso que vou escrever hoje, porque há filmes que nos marcam simplesmente porque são esperados e desejados. Foi assim com o último Matrix e é assim com o último Star Wars...

Eu cresci com o fascínio dos filmes da série Star Wars. Lembro-me que o Regresso de Jedi foi um dos primeiros filmes que eu vi no cinema, em Évora, no antigo Salão Central. Não me lembro que idade tinha, talvez 9 ou 10 anos, mas lembro-me que nesse dia (talvez fosse domingo) deu um documentário na televisão sobre a rodagem desse mesmo filme. Como estava em cartaz no cinema, lembro-me de ter feito todas as manobras possíveis para convencer os meus pais a irmos ver. Fomos e as imagens do resgate de Han Solo ficaram impressas na minha memória, tal como a forma como Darth Vader acaba por se reencontrar com o seu lado humano, salvando o filho das garras do Imperador num último gesto desesperado...

É por isso que não podia perder este Episódio 3. Era a peça que faltava, a ponte de 30 anos que ia ligar o "primeiro" filme da série (o Episódio 4, o velhinho Star Wars original) com o fim da nova trilogia. Era uma missão ingrata e penso que é por isso que fiquei com um travo amargo, um sabor a incongruência, no fim deste filme. Mas, mesmo assim, não perdia este filme por nada. Afinal, era o episódio que faltava...

2005/07/04

Momentos: De recomeçar! 

Alguém parte uma laranja em silêncio, à entrada
de noites fabulosas.
Mergulha os polegares até onde a laranja
pensa velozmentem e se desenvolve, e aniquila, e depois
renasce. Alguém descasca uma pêra, come
um bago de uva, devota-se
aos frutos. E eu faço uma canção arguta
para entender.
Inclino-me sobre as mão ocupadas, as bocas,
as línguas que devoram pela atenção dentro.
Eu queria saber como se acrescenta assim
a fábula das noites. Como silêncio
se engrandece, ou se transforma com as coisas. Escrevo
uma canção para ser inteligente dos frutos
na língua, por canais subtis, até
uma emoção escura.

Herberto Helder, Ou o poema contínuo

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